Hoje, dia 22 de abril, realizamos uma palestra sobre Mobilidade sustentável cujo tema era “Como reduzir os impactos sociais, econômicos e ambientais através de um novo olhar para a rua, o transporte e como nos relacionamos com a cidade”.
A idéia era introduzir o assunto, traduzindo a transversalidade para um grupo de interessados sobre mobilidade durante o Change Lab da REOS Partner em São Paulo. O Change Lab é uma forma de abordagem para inovação em sistemas sociais complexos. Já foi utilizado em outros países para tratar problemas como Mudanças Climáticas, Educação, Desnutrição, Finanças sustentáveis e HIV. Três livros recentes descrevem a prática e teoria que fundamentam esse trabalho: “Resolvendo Problemas Complexos: uma forma aberta de falar, ouvir, e criar novas realidades” de Adam Kahane, “Theory U: Learning from the Future as it Emerges” de Otto Scharmer e “Power and Love”, de Adam Kahane.
O curso aconteceu num sítio 40 km da cidade de São Paulo e o Público era bastante multidisciplinar, Executivos de empresas, Gestores Ambientais, Cientistas Sociais, ONGs, Artistas, líderes comunitários entre outros… É incrível ver como as pessoas tem visões e percepções tão díspares da realidade da mobilidade da cidade.
Uma das fases do programa é o “co-sentir”, interagir com o problema em loco e então, depois da nossa palestra, embarcamos numa Van e fomos enfrentar o Caos da cidade de São Paulo para vivenciar a mobilidade no coração da cidade, a terrível e ao mesmo tanto querida Av. Paulista.
As pessoas foram divididas em grupos, um grupo iria caminhar pela cidade, outro iria utilizar o sistema de “CarSharing”, carro compartilhado muito comum nos países desenvolvidos que está sendo operado em São Paulo pela ZazCar, outro grupo iria andar de ônibus, outro de metrô, mas todos iriam andar de bicicleta na cidade. A idéia era vivenciar o maior número de experiências de mobilidade e colher impressões , dialogar com as pessoas e depois dividir com o restante do grupo.
Combinamos com o Secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge para nos encontrarmos na Estação do metrô Paraíso, de lá, iríamos “testar” com o grupo o sistema Use Bike operado pela ONG Parada Vital, e juntos andarmos do Metrô Paraíso, pela Av. Paulista até a praça do ciclista que fica próximo da rua Consolação no outro extremo da Av. Paulista, contornar a praça e nos juntar no Parque Mário Covas ao lado do Conjunto nacional.
Muitas pessoas do grupo nunca tinham realizado uma viagem de ônibus, e 100% delas nunca haviam andado de bicicleta na Av. Paulista, em pleno horário do rush. A princípio as pessoas ficaram em pânico frente a possibilidade de enfrentar uma Av. Paulista, cenário de muitos acidentes e alguns deles fatais envolvendo ciclistas.
O João Paulo, um dos sócios da Green Mobility liderou o pelotão de “ciclistas” iniciantes ( com exceção do Secretário e do André Goldman), dando as instruções de segurança e dicas para andar na Av. Paulista, fazendo uma espécie de Bike Anjo juntamente com o Secretário Eduardo Jorge e do André Goldman que acompanhou o pelotão durante todo o trajeto.
Ao chegar ao Parque Mário Covas, nos juntamos com o restante do grupo que optaram, por fazer o mesmo trajeto por metrô. Então foi a vez do Secretário Eduardo Jorge mostrar ao grupo a visão pública sobre a mobilidade sustentável na cidade de São Paulo, a formação da cidade, o crescimento desordenado dos bairros, densidade demográfica, a questão dos mais pobres, mobilidade inclusiva, a cidade dividida em guetos e uma explanação sobre cidades compactas, Verticais vivas e desenvolvidas de forma sustentável e não apenas como depósitos de pessoas.
O curso iria continuar, mas a minha contribuição e a do Secretário terminava por aqui. A noite o grupo iria se reunir para discutir a experiência de se deslocar na cidade de São Paulo, parece pouco, e é, mesmo assim vivenciar estas jornadas é de uma riqueza muito grande para quem quer “tentar” compreender toda complexidade que é a mobilidade de uma cidade como SP. Não apenas da cidade que a gente acompanha apenas pela televisão, com seus problemas viários, com seus problemas de infraestrutura, com sua poluição ambiental …
Para compreender a mobilidade da cidade é preciso vivenciar o dia a dia das pessoas, o esforço de deslocamento, a mobilidade social e a imensa parcela da população que se desloca a pé sem recursos para se deslocar por transporte público… Mas essa história é apenas o início, mas é assim que a cidade começa a mudar… com a mudança das pessoas.
Enquanto as pessoas se dirigiam para a Van, já eram 18:00h, e era agora que o grupo iria enfrentar o último desafio do dia até o pacato sitio em São Roque… 180 Km de congestionamentos…
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